sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Quisas Quisas Quisas





Sábado, dia 9 de agosto, estava dentro do metrô, quando de repente um casal de velinhos entrou na estação Largo do Machado. Uma gentil moça que estava sentada cedeu sua cadeira para o senhor de mais ou menos 80 anos. Ele com um senso de humor invejável começou a falar que achava essa ação um insulto, pois estava sendo chamado de velho. Eu bati em seu ombro e ratifiquei suas palavras. Foi então que comecei a conhecer um pouquinho da vida do Jair e da Nena. Soube que eles tinham se conhecido num baile no centro da cidade, há 50 anos atrás e que estava tocando o delicioso bolero “Quisas, Quisas, Quisas”. Como tudo na vida “quisas” pode acontecer. Eles dançaram, sorriram e nunca mais se separaram. Tiveram filhos, netos, passaram por problemas, muitas alegrias, mas o mais impressionante e bonito de ver era a expressão de admiração de ambos, o carinho e respeito mútuo daqueles amantes que não perderam depois de tanto tempo, “aquele” brilho nos olhos. As experiências dos dois eram inúmeras: soube que o Jair chegou a salvar uma tripulação inteira na segunda guerra mundial. Que já tinha andado em camelos e conhecia o deserto de Saara. Nena mais assanhada me confidenciou que homem como aquele na cama não existia. É MOLE? E que foi lá que ele a conquistou. Nesse momento Jair a interrompeu, falou que ela não devia fazer essa propaganda para as mulheres e perguntou se não estavam perto do ponto.

Nena estava tão entusiasmada com o papo que realmente acabou passando da estação.
O tempo parou para eu poder ouvir aquelas deliciosas estórias. E quando eles saíram do metro tive a certeza que a vida é cheia de aventuras, de gente que é de verdade, que se emociona e que tem estórias para contar. Fiquei rindo sozinha, agradecendo a oportunidade que eles me deram de reforçar o valor da vida e principalmente de confirmar a importância de aproveitá-la do lado de quem nos quer muito bem.

4 comentários:

Anônimo disse...

Legal conhecermos essas histórias.
História de gente. Não de super-herói. Mas de gente como a gente que gosta. Que gosta muito daquilo. E que pensa que a vida é boa quando daquilo que gostamos é partilhado com quem também daquilo, gosta bastante.

Anônimo disse...

tE ADORO. bEIJOS MIL. fLAVIA

Anônimo disse...

OI Estrela,
Ufa!!!!Será que consegui....
Bom saber de você.
Temos algumas coisas em comum: Signo de Leão, Carmem de Bizet e o existencialmente maravilhoso filme o Homem que Amava as Mulheresl.ADoro!
Amiga, felicidade pela vida a fora.
Beijos,
NIL

Anônimo disse...

Que fofo, Aline!
Amei sua estória e a dos velhinhos!