Desde que me lembro como gente já escutava ópera. Meu avô dizia que todo resto não era música. E assim cresci ao som dos grandes clássicos e monstros do gênero. Outro dia estava tomando uma sopinha num café delicioso do Jardim Botânico, quando me peguei embalada por uma música muito peculiar. Parecia que um anjo tinha me pegado no colo e me levado para viajar para outro tempo e para sensações já quase esquecidas.
Perguntei para o garçom de onde vinha aquela música. E para minha surpresa, vinha do buteco ao lado. Não resisti e fui saber que canção era aquela que me fazia tão bem. E era o grande, o maravilhoso Pavaroti. Cheguei perto do balcão, segurei aquele cd no peito e me emocionei. Do outro lado do bar surgiu um senhor sorridente que falou o que eu já estava pensando – “É minha filha, essa música toca de verdade o coração”. E assim agradeço mais uma vez aos meus amados avô, avó, pai, mãe que me deram a oportunidade de crescer ouvindo, lendo, vendo arte e poesia. Sou muito grata a todos vocês.